quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Minha primeira vez.

Olá a todos que se dispuseram a lerem essas minhas mal traçadas linhas, fico muito agradecido a vocês três, painho, mainha e minha irmã. E se por ventura outra pessoa caiu aqui e leu também, meu muito obrigado igualmente. Dizem que começar com uma piada, principalmente sem graça, meu caso, é uma maneira de acabar com o nervosismo e aumentar a desenvoltura.
Pois bem, passado o nervosismo inicial vamos ao que me interessa. Resolvi criar este blog por três motivos, o primeiro deles é me aperfeiçoar no estudo de narrativas para TV e Cinema, sou um confesso apaixonado por esta arte e venho há muito tempo estudando, trabalhando, me envolvendo com ela. Já escrevi alguns roteiros de curtas-metragens, alguns argumentos de longa-metragem, e por hora desenvolvo projetos para minisséries e seriados. Possivelmente, venha a postar aqui algumas das minhas obras para poder compartilhar ela com os amigos que aqui fizer.
Essa afinal é a segunda razão que me fez querer escrever aqui. Conhecer outras pessoas, que compartilham dessa mesma paixão, a narrativa. Para tanto é bom confessar o meu intuito com este blog é falar, comentar, escrever, desenvolver, criticar, compartilhar e outros infinitivos de verbos que por hora não recordo, sobre narrativas. Pouco quero entrar sobre o mérito de gostar ou não de uma obra. Mas sim a maneira como as estórias são contadas, os artifícios, a forma em si.
Por fim, porém não finalizando, poder escrever e exercitar minha escrita. Escrever regularmente seja analises, contos ou roteiros, aqui para o blog, irá desenvolver minhas escrita. Que além de aperfeiçoar o meu estudo da narrativa, irá me auxiliar na minha desenvoltura. Muitos que escrevem, sabem que muitas vezes o começar a escrever é uma das maiores barreiras. Então mantendo uma constância e um padrão de escrita, pode-se diminuir, ou até mesmo anular essas barreiras.
Postos os motivos, vamos à visão que tenho do blog. De certa forma já mencionado acima, meu principal norte aqui no blog é a narrativa, analisar o como as histórias são contadas. Eu creio que toda estória encontra seu público. Elas tem uma condição inegável de apelo junto às pessoas, pois conseguem sintetizar pensamentos, sentimentos, anseios e vontades, que por vezes estão reclusas, escusas, ou inativas em nosso ser. Por tanto, não quero negar essas conexões que as estórias conseguem criar com seu público, essas conexões que são vistas como o ato de gostar da estória. São através delas que as pessoas gostam ou desgostam das estórias.
E é justamente neste ponto turvo, pois gostos são áreas de uma abrangência muito grande, que não pretendo ingressar. Se as estórias podem se conectar com um público, contadas de forma perfeita poderão atingir um público ainda maior. Uma estória, por mais simples que seja, sendo contada de uma forma soberba pode se conectar com um número maior de pessoas do que contada de uma maneira simplória. Pois mesmo os sentimentos mais simples são grandes fontes de estórias se contados de forma adequada, criam conexões com um grande número de pessoas.
Para melhor delimitar nosso campo, vamos compreender o que é, em termos de abrangência a estória e a narrativa. A estória é o centro pelo qual orbita o universo da narrativa. A estória é a alma e a narrativa o corpo. Como exemplo, tomemos a estória de Peter Pan; basicamente é uma estória sobre passagem, crescimento, desenvolvimento e medo de mudanças. A narrativa então cria os personagens para dá forma a essa estória. Uma criança que não cresce, quer ser eternamente jovem, pode voar, vive em uma terra mágica e todos os adultos são representados como opressores. É basicamente a visão encantada de uma criança, que vive a infância plenamente e se assusta diante a necessidade de crescer. Esse é o grande diferencial, daí a narrativa ser tão encantadora, ao trazer como ponto de vista a imaginação de uma criança, o autor nos remete a algo que está guardado dentro de cada um. A infância perdida e o medo de mudanças.
Compreendendo então que a estória é a base, a criança com medo de crescer, com medo das mudanças, ou ser formos mais a fundo ainda, uma criança enfrentando seus medos. Enquanto narrativa é todo cenário desenhado, esculpido, criado para dar vida a essa estória. E é justamente sobre isso que eu pretendo desenvolver por aqui. Sobre as maneiras, as possibilidades, as oportunidades de narrativa que cada estória representa, e que cada uma delas poderia usar, ou ter usado.
Para começar aproveitarei esse bum de seriados nacionais que vem acontecendo no Brasil ultimamente. Em principio, mas não pretendo me ater só a eles. Mas como venho analisando já alguns, estudando, até porque estou trabalhando eu mesmo em alguns seriados. E por no momento está gostando muito do tipo de narrativa cadenciada que o seriado trás e das grandes possibilidades narrativas que se pode alcançar. Creio que cada mídia tem infinitas possibilidades narrativas, no momento as de séries são as que mais me atraem. Afinal em um seriado você pode trabalhar grandezas inerentes a todos nós de maneira muito forte. Mexer com um lado psicológico de seus personagens e desenvolve-los de diversas formas e em várias situações, expandindo assim suas vidas e todo o universo criado da estória. Além de trabalhar com a maior de todas as grandezas, que é o tempo. Adoro trabalhar com o tempo em minhas narrativas. Testar a perseverança dos personagens.
Pois bem, para não testar a perseverança de vocês aqui também termino este primeiro post agradecendo a paciência em chegar aqui. Não prometerei que serie mais conciso no próximo, pois já quero postar uma analise que venho preparando a um tempo, de maneira ainda mental, mas já estou colocando na tela para mandar para vocês, creio que semana que vem já estará disponível. Será sobre a série A Cura, que esteve no ar ano passado. Apesar de não ter dito aqui, pretenderei apenas postar sobre obras já finalizadas, ou seja, as séries após terem passados os season finale’s. Pelo menos! Novamente obrigado e até o próximo!